Papa reescreveu seu discurso após saber de manifestações no
Brasil
O papa Francisco
falará sobre as manifestações das últimas semanas no Brasil em seu discurso aos
jovens que será realizado durante a Jornada Mundial da Juventude, que acontece
entre os dias 23 e 28, no Rio de Janeiro, segundo reportagem do jornal espanhol
El País. De acordo com texto do correspondente do diário no Brasil, pessoas
ligadas ao Vaticano confirmaram que o papa falará sobre os protestos, e que
para o pontífice, as reivindicações por mais justiça “não contradizem o
evangelho”.
O papa
chega ao Brasil no dia 22. Ele havia escrito seu discurso quando foi alertado
por religiosos brasileiros que estiveram em Roma sobre os protestos, segundo o
El País. De acordo com o jornal, os bispos que informaram os últimos
acontecimentos ao papa preferiram fazê-lo pessoalmente, dada a importância
política e social das manifestações.
Quem primeiro
esteve no Vaticano foi o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, responsável pela
organização da JMJ. Há duas semanas, foi a vez de dom Cláudio Hummes, arcebispo
de São Paulo, ir a Roma. O último a se encontrar com o papa, na semana passada,
foi o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e
arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno.
Em 21
de junho, a CNBB emitiu um documento declarando solidariedade e apoio às
manifestações, desde que pacíficas. O documento, que está nas mãos do papa,
segundo El País, descreve as manifestações como “um fenômeno que envolve o povo
brasileiro e o desperta para uma nova consciência”. O jornal destaca também
declarações dadas pelo cardeal dom Cláudio ao voltar do encontro com o papa. “A
mensagem de Cristo está em sintonia com essas reinvindicações do povo. Por isso
devemos estar presentes. Nas ruas o povo está vivendo o evangelho.”
Na
noite do sábado, dom Cláudio defendeu as manifestações e disse, em palestra no
Colégio São Bento, na Região Central de São Paulo, que “aqueles que não se
sentem ouvidos precisam mesmo ir para as ruas”. O cardeal afirmou aos fieis que
o papa não teme que as manifestações prejudiquem sua visita, mas reconheceu que
“é difícil fazer previsões neste momento que vive o Brasil”. Mas a mensagem
transmitida a Francisco foi de que “os protestos não estão relacionados à visita
do pontífice.”
Dom
Raymundo Damasceno e seu bispo auxiliar, dom Darci José Nicioli, sugeriram que
o papa, na visita a Aparecida, no dia 24, celebre missa no pátio dabasílica,
para que maior número de fiéis possa participar da cerimônia. No interior da
basílica, que tem capacidade para 30 mil pessoas em pé, seriam admitidas 15
mil, por questão de segurança, enquanto cerca de 200 mil poderiam acompanhar a
missa no pátio externo.
Fonte: Estado de Minas
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