04 julho, 2013

Saúde

Gripe facilita infecção por pneumonia


Nos sete dias mais graves de um surto de influenza, a chance de a população também ser infectada pela bactéria que causa a pneumonia aumenta 100 vezes, segundo estudo americano. Para especialistas, a coinfecção acontece devido ao comprometimento dos pulmões.


A população que sofre uma epidemia de gripe pode elevar o risco de contágio pela bactéria pneumococo — responsável pela pneumonia — em até 100 vezes. A taxa de coinfecção é bastante elevada, mas tem uma pequena duração, cerca de uma semana, segundo estudo publicado hoje na revista científica Science Translational Medicine. A suscetibilidade da pessoa acometida pela gripe em desenvolver a infecção bacteriana já é uma velha conhecida da clínica médica, mas nunca pode ser mensurada para medidas de saúde pública no caso de situações extremas. Os dados, por muitas vezes mascarados em termos populacionais, foram calculados com exatidão pela primeira vez por uma equipe de pesquisadores liderada por Sourya Silva, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Ele acredita que os resultados poderão ampliar as estratégias em saúde pública para controlar a propagação da pneumonia pneumocócica, que, em muitos casos, pode levar à morte.

Estudos em seres humanos mostram alterações fisiológicas durante a infecção gripal que propiciam um ambiente mais favorável à instalação do tipo de bactéria que causa a pneumonia, podendo, inclusive, torná-la mais grave. O artigo publicado hoje apresenta um modelo computacional de transmissão da pneumonia após analisar diversas hipóteses sobre os possíveis efeitos de uma infecção anterior de influenza — vírus mais comum causador da gripe. Os integrantes do estudo analisaram relatórios epidemiológicos de hospitalizações por pneumonia e registros semanais de pacientes infectados com a influenza. Os dados foram coletados em Illinois, no centro-oeste dos Estados Unidos, entre 1989 e 2009, e possibilitaram à classificação de hipóteses que associavam a transmissão de ambas as doenças.

A hipótese destacada pelo modelo matemático é conhecida como impacto de suscetibilidade. Isto é, aqueles infectados com a influenza são mais suscetíveis à pneumonia pneumocócica. No pico da “estação da gripe”, a equipe de Silva afirma que a interação da infecção viral e por pneumococo chega a 40%. Anualmente, isso significa que entre 2% e 10% das pessoas infectadas com a gripe tiveram esse fator como uma predisposição ao desenvolvimento da pneumonia posteriormente. Esse dado seria capaz de justificar porque ainda não tinha sido possível mensurar essa interação que, em termos anuais, é bastante sutil.


Fonte: Estado de Minas

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