Assédio Moral no ambiente
de trabalho compromete a saúde
As inúmeras exigências do
estilo de vida atual, marcado pela pressa e pelo consumo, ocasionam a gradual
precarização das relações de trabalho. Nesse contexto, agressões psicológicas
são praticadas nas empresas e repartições e, muitas vezes, as vítimas não se
dão conta delas, permanecendo expostas a um ambiente hostil, que compromete a
saúde.
De
acordo com a psicóloga forense do trabalho Glaucia Amaral, o assédio moral
"caracteriza-se pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes,
repetidas durante a jornada de trabalho, que acarretam prejuízos práticos e
emocionais para o trabalhador e a organização" - afirma. O assédio
pressupõe intencionalidade - como, por exemplo, o objetivo de forçar o outro a
deixar o emprego -, direcionamento - quando uma ou mais pessoas são escolhidas
como "bode expiatório" -, e insistência na agressividade, com
degradação deliberada das condições de trabalho.
A
psicóloga ressalta que ambientes estressantes são terrenos férteis para a
prática do assédio moral. "A situação evolui quando a vítima percebe a má
intenção de que é objeto e as críticas a seu trabalho se tornam maldosas e as
palavras, injuriosas" - explica. Ela alerta que o assédio moral deixa
marcas psicológicas na vítima, porém os levantamentos sobre o assunto no país
não fornecem números muito confiáveis. "Quase não há estatísticas sobre
assédio moral no Brasil, porque isso só seria possível de duas maneiras: se os
sindicatos de classe tivessem atendimento psicológico que fornecesse resultados
reais ou se as empresas compartilhassem informações coletadas pelo setor de
Recursos Humanos - o que não é de interesse delas" - comenta.
Apesar
da dificuldade em comprovar a agressão, porque vítimas e testemunhas têm medo
de perder o emprego, o assédio moral é crime e gera até dois anos de reclusão.
Provas de assédio moral costumam ser testemunhais, mas podem ser feitas por
meio da apresentação de e-mails, atas de reunião, fichas de acompanhamento de
desempenho ou gravações que comprovem a agressão. A gravação de uma conversa
não é crime e pode ser uma prova legítima em alguns tribunais.
Fonte: Revista Proteção
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