21 junho, 2013

Saúde

O Inverno chegou e exige cuidado extra com os olhos

Estação mais fria do ano é motivo de preocupação entre oftalmologistas. Eles alertam que o período pode acentuar riscos para a saúde ocular, como conjuntivite e síndrome do olho seco.
Exatamente às 2h04 de sexta-feira, o inverno bateu à porta dos brasileiros. A estação carrega a reboque perigo imperceptível a olho nu. E nem é preciso esperar o inverno para correr esses riscos, já que no outono eles têm mostrado suas garras. Não se trata das doenças respiratórias, mas de males que afetam a saúde ocular, como crises alérgicas e a síndrome do olho seco. Além disso, os dias nublados e frios servem como gatilho para degeneração da retina e envelhecimento dos olhos, acelerando, então, a velha conhecida catarata. Para os especialistas, o período exige cuidados imprescindíveis, caso contrário, a visão pode sofrer consequências graves, como, em casos extremos, a cegueira.

Reconhecendo que os males não são causados pelo inverno, mas acentuados nessa estação mais fria, os oftalmologistas começam a se preparar para a corrida de pacientes aos consultórios. Quem sofre parece lembrar-se da especialidade só agora. Isso porque, de acordo com pesquisa feita em 2012, pela Sociedade Brasileira de Glaucoma, 36% dos brasileiros adultos nunca foram a um oftalmologista. Mas é quando as temperaturas caem que os olhos pedem socorro. “Durante o inverno, é preciso estar atento a dois problemas muito frequentes da visão: a síndrome do olho seco e a conjuntivite. Como a estação costuma ser mais fria e seca nas regiões Sul e Sudeste, o problema é mais frequente também nesses estados, como Minas Gerais”, alerta Renato Neves, cirurgião-oftalmologista, diretor do Hospital de Olhos Eye Care, em São Paulo.

O hábito simples de lavar as mãos, ao longo do dia, também é importante para evitar contaminação “Além de evitar lugares muito cheios, é bom evitar levar as mãos aos olhos depois de tocar objetos que outras pessoas já tocaram. Os vírus da conjuntivite sobrevivem por até 72 horas, sendo suficiente para espalhar a doença para muito mais gente”, avisa Renato.

Inimigo invisível
Os perigos da estação para os olhos não param por aí. De acordo com a coordenadora do Laboratório de Pesquisas Aplicadas à Neurovisão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Caroline Alencar, que atua também como neurocientista no Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, o inverno é um inimigo invisível. Isso porque, sendo a luz uma onda eletromagnética, só uma parte é visível pelo ser humano, o que seria uma estreita faixa de luz emitida pelo Sol.

“Enxergamos uma faixa estreita e o resto de luz é composto por outras ondas, como os raios ultravioletas (UV). O UV é três vezes maior do que essa faixa”, compara. Caroline explica há três tipos ultravioletas: C,B e A. O primeiro seria o mais danoso, porém, ele não chega até a Terra por causa da proteção da camada de ozônio. Já o segundo tipo é responsável pelas queimaduras na pele, porém, é absorvido em parte pela camada de ozônio.

O tipo A é o que exige atenção. Presente o ano inteiro, o raio penetra profundamente na pele e nos olhos. Para a oftalmologia é um tipo perigoso. “No inverno, nossos olhos estão menos protegidos, porque nossa pupila se dilata, já que os dias são mais escuros. Ao dilatar, mais luzes entram nos olhos e as pessoas não usam óculos escuros”, avisa. Caroline esclarece que o tipo A degenera a retina, matando ali as células dessa parte do olho humano. “Além disso, é um gatilho para a catarata.”


Isso porque os raios causam danos às lentes naturais oculares, como a córnea e o cristalino. “Os raios aceleram o envelhecimento dos olhos, causando a catarata. Quando estamos no verão, usamos mais os óculos porque há mais presença da luz visível. Já no inverno, com dias nublados e frios, a proteção é esquecida. Isso é um dano em longo prazo que pode causar, inclusive, a cegueira”, alerta, acrescentando que em lugares onde há neve o perigo é ainda maior. “O inverno pode dar início a doenças graves que podem ser percebidas tarde demais”.

Fonte: Estado de Minas

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