24 junho, 2013

Geral

Presidente se reúne com governadores e prefeitos para costurar o pacto prometido em cadeia de rádio e TV

Sem a certeza do quanto às manifestações dos últimos dias arranharam seu projeto de reeleição em 2014, mas convicta de que precisa dar uma resposta rápida e eficiente para as reivindicações, sob o risco de que a insatisfação das ruas contamine ainda mais o governo, a presidente Dilma Rousseff terá uma semana decisiva para o próprio futuro. Passou ontem o dia no Palácio da Alvorada recebendo ministros, checando números, buscando propostas. Hoje, estará com governadores e prefeitos de capital para debater soluções conjuntas para a crise que assolou todos os políticos com mandato eletivo.


Aliados e especialistas lembram que Dilma terá de metamorfosear-se daqui para frente. Além do lado prático de tirar iniciativas do papel ou acelerar as que já existem, terá que alterar seu perfil de atuação. Alertada pelos políticos e representantes dos movimentos sociais, ela terá que aprender a dialogar mais. Prometeu isso no pronunciamento de rádio e televisão de sexta-feira, ao assegurar que receberá os movimentos sociais e os representantes pacíficos dos protestos, algo que não tem feito até o momento. 

O diálogo com o atual movimento torna-se ainda mais complicado porque não se sabe quem está do outro lado na figura de interlocutor. Se Dilma tem dificuldade em aceitar a legitimidade de atores conhecidos, como fará para autenticar porta-vozes difusos, com queixas diversas? Se nem os comandantes dos protestos se intitulam como tais, com quem a presidente poderá conversar nas próximas semanas para tentar baixar a temperatura das ruas? 

Um importante ministro afirmou ao Estado de Minas que a presidente precisa, com urgência, identificar quais são esses os interlocutores para que o debate seja iniciado. Tudo isso sem abrir mão dos demais representantes dos movimentos sociais, para que estes não se sintam desprestigiados e transfiram o foco da crise para outros pontos.

Além disso, o mesmo integrante do primeiro escalão dilmista defendeu a urgência de se abrir um diálogo sobre o legado da Copa e das Olimpíadas Rio 2016, um dos pontos centrais da pauta dos manifestantes. Para esse ministro, o governo foi tragado pelo argumento de que o dinheiro foi jogado fora em estádios superfaturados, sem que a população comum se beneficiasse disso.

Ontem, no Alvorada, dentre as diversas reuniões que teve, a presidente discutiu mobilidade urbana. Um das promessas centrais do governo quando o país conquistou o direito de sediar o Mundial e os Jogos Olímpicos, pouco foi feito nesse setor nos últimos anos. As principais obras não saíram do papel e, das que saíram muitas delas não ficarão prontas a tempo dos jogos. Dilma quer soluções e deve se apegar, ainda mais, nas concessões de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias, cujos editais serão lançados ao longo de 2013.


Fonte: Estado de Minas

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