Presidente se reúne
com governadores e prefeitos para costurar o pacto prometido em cadeia de rádio
e TV
Sem a certeza do
quanto às manifestações dos últimos dias arranharam seu projeto de reeleição em
2014, mas convicta de que precisa dar uma resposta rápida e eficiente para as
reivindicações, sob o risco de que a insatisfação das ruas contamine ainda mais
o governo, a presidente Dilma Rousseff terá uma semana decisiva para o próprio
futuro. Passou ontem o dia no Palácio da Alvorada recebendo ministros, checando
números, buscando propostas. Hoje, estará com governadores e prefeitos de
capital para debater soluções conjuntas para a crise que assolou todos os
políticos com mandato eletivo.
Aliados e
especialistas lembram que Dilma terá de metamorfosear-se daqui para frente.
Além do lado prático de tirar iniciativas do papel ou acelerar as que já
existem, terá que alterar seu perfil de atuação. Alertada pelos políticos e
representantes dos movimentos sociais, ela terá que aprender a dialogar mais.
Prometeu isso no pronunciamento de rádio e televisão de sexta-feira, ao
assegurar que receberá os movimentos sociais e os representantes pacíficos dos
protestos, algo que não tem feito até o momento.
O
diálogo com o atual movimento torna-se ainda mais complicado porque não se sabe
quem está do outro lado na figura de interlocutor. Se Dilma tem dificuldade em
aceitar a legitimidade de atores conhecidos, como fará para autenticar
porta-vozes difusos, com queixas diversas? Se nem os comandantes dos protestos
se intitulam como tais, com quem a presidente poderá conversar nas próximas
semanas para tentar baixar a temperatura das ruas?
Um
importante ministro afirmou ao Estado de Minas que a presidente precisa, com
urgência, identificar quais são esses os interlocutores para que o debate seja
iniciado. Tudo isso sem abrir mão dos demais representantes dos movimentos
sociais, para que estes não se sintam desprestigiados e transfiram o foco da
crise para outros pontos.
Além
disso, o mesmo integrante do primeiro escalão dilmista defendeu a urgência de
se abrir um diálogo sobre o legado da Copa e das Olimpíadas Rio 2016, um dos pontos
centrais da pauta dos manifestantes. Para esse ministro, o governo foi tragado
pelo argumento de que o dinheiro foi jogado fora em estádios superfaturados,
sem que a população comum se beneficiasse disso.
Ontem,
no Alvorada, dentre as diversas reuniões que teve, a presidente discutiu
mobilidade urbana. Um das promessas centrais do governo quando o país
conquistou o direito de sediar o Mundial e os Jogos Olímpicos, pouco foi feito
nesse setor nos últimos anos. As principais obras não saíram do papel e, das
que saíram muitas delas não ficarão prontas a tempo dos jogos. Dilma quer
soluções e deve se apegar, ainda mais, nas concessões de aeroportos, portos,
rodovias e ferrovias, cujos editais serão lançados ao longo de 2013.
Fonte: Estado de Minas
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