27 maio, 2013

Geral

Ipatinga está em busca de novos caminhos para diminuir dependência do aço.

Para contornar queda da receita do ISS, com efeitos da turbulência mundial sobre a produção de aço, município parte para projetos de diversificação. Educação e o comércio estão no foco.


Por volta das 15h da última quarta-feira, enquanto lustrava a lataria de seu táxi, José Mendonça, de 63 anos, reclamou ao também chofer José Moraes, de 61, da queda do número de passageiros: “Há dois anos, eu conseguia R$ 100 até o meio-dia. Hoje, o relógio bate 18h e não tenho mais que R$ 80”. Em igual toada, o amigo emendou: “Minhas corridas caíram 40%”. Os xarás ganham a vida a 220 quilômetros de Belo Horizonte, em Ipatinga, cidade do Vale do Aço, que vai comemorar 50 anos de emancipação em 2014.


Os preparativos para a data especial, porém, não são prioridade dos ipatinguenses neste momento. A cidade, que tem boa parte do seu desenvolvimento socioeconômico ligado à siderúrgica Usiminas, líder nacional no mercado de aços planos, ainda pena com os efeitos da crise internacional, deflagrada em 2008, nos Estados Unidos, e que se alastrou pela Europa. A queda no consumo mundial afetou o mercado de produtos siderúrgicos, impactando na arrecadação do ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), a principal fonte de receita própria do município – 60% desse tributo é pago pela Usiminas.

O recolhimento do ISS caiu de R$ 55 milhões em 2011 para R$ 40 milhões em 2012 – queda de 27,3%. Mas os números que mais preocupam os moradores vêm do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Nos últimos 12 meses encerrados em abril, o saldo de postos de trabalho formais (diferença entre admissões e demissões) ficou no vermelho. A indústria da transformação, por exemplo, fechou 316 vagas. O balanço ficou negativo também no setor de serviços, em 640 vagas, e no comércio, que eliminou 490 empregos.

“O momento é de preocupação. O comércio é muito dependente da massa salarial do setor metal-mecânico, pois é uma indústria que vende para fora (da cidade), ou seja, o dinheiro que entra é extra”, disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Márcio Penna. De 2011 para 2012, o total de consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) no município subiu 4,5%. O indicador, uma espécie de termômetro de vendas, ficou bem abaixo do crescimento nacional do setor, de 8,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Fonte: Estado de Minas

Nenhum comentário:

Postar um comentário