Qual o papel das emoções na construção de uma marca
pessoal?
Quando falo de marca pessoal evoco o sentido dos valores que
permeiam nosso posicionamento e impactam diretamente no processo de construção
da nossa marca. O modo como nossos valores pautam nossas ações e essas, por sua
vez, suscitam emoções diversas nas pessoas com quem lidamos. Pois, na verdade,
o ser humano, por condição natural, busca obter como retorno algum tipo de
sensação que o faça sentir-se bem, nas suas relações interpessoais. E isso
deveria ser tão óbvio, mas não é.
E hoje, qual o tipo de emoção nossas ações provocam naqueles
com quem nos relacionamos?
Por muitas vezes o modelo de construção de uma marca pessoal
ainda é pautado por estereótipos vinculados apenas a conotações de valor
externo. O apelo provém de convicções em massa pela influência de alguns meios
ou convenções de modelos de sucesso. Mas, se a cada dia surgem evidências de
que as emoções têm papel crucial nos processos de tomada de decisão, por que
não alinhar nossa conduta a essa premissa?
No processo de formação de uma marca pessoal, é determinante
estabelecer vínculos empáticos com quem interagimos para, então, perceber a
real necessidade em questão, seja do ponto de vista pessoal ou profissional.
Afinal, não somos compartimentados, portanto, ao agirmos de forma pessoal
estamos, também, influenciando o modo como nossa imagem profissional será
percebida. A marca pessoal muitas vezes se confunde com a marca profissional,
pois a linha entre ambas é tênue.
As emoções são registradas pela maneira como lidamos com
determinadas situações. O que indica que, situações idênticas trarão à tona emoções
convergentes. Tudo o que nos chama a atenção e provoca interesse nos leva a
sentir um determinado tipo emoção.
A forma como percebemos os acontecimentos suscita em nós
respostas emocionais. O "como" interpretamos uma situação justifica a
emoção que sentimos. Nossas aspirações, metas, objetivos, necessidades,
motivações e mesmo apreensões nos levam a registrar emoções pelo modo como
julgamos e interpretamos os acontecimentos.
Se os valores vinculados à nossa marca pessoal transmitem às
pessoas com quem lidamos a sensação de bem-estar, certamente seremos lembrados
e solicitados com mais frequência. É apenas uma mera questão de observação,
afinal, com qual tipo de pessoas preferimos lidar? Àquelas que provocam em nós
bons ou maus sentimentos?
A respeito da sustentabilidade da nossa marca pessoal,
devemos, antes de tudo, nos questionar se o que dizemos e fazemos tem coerência
e contribui, efetivamente, para a geração de emoções positivas naqueles com
quem nos relacionamos. Esse aspecto, certamente, será levado em conta no
processo de formação de uma imagem a nosso respeito.
Na decisão de construir uma marca pessoal, portanto, é
imprescindível considerar que, além dos conceitos de apresentação,
posicionamento, comunicação, networking, ética e conhecimento geral, sejam
colocados em perspectiva a necessidade de geração de bons sentimentos e emoções
no nosso entorno pessoal e profissional. Esse, certamente, é o maior legado que
uma marca pessoal pode pretender registrar.
Fonte: RH.com.br
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